Ao olhar para Cristo, encontrei a Divindade...

Encontrar o Divino dentro do próprio coração... Que seja... Não é o meu caso... Mas, como se diz, tudo na vida é uma questão de olhar. Cada um, segundo a sua própria cobiça, tem o seu modo preferido de olhar, e, segundo a opinião, a fé e o coração de cada um, qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, pode ser considerada divina. É só olhar ao redor, considerar a infinidade de religiões e examinar as superstições e as crenças das pessoas, para ver que, segundo a opinião dos homens, o mundo é um lugar cheio de possíveis divindades dignas de temor, sacrifício e adoração. 


Alguns - não poucos - [dizem] encontram o Divino na Natureza. Outros, -[dizem], dentro do próprio coração. E há aqueles que -[dizem], o encontram nas estrelas e na posição dos astros. Quanto a mim, pobre de mim, que não sou panteísta, nem poeta, nem nada de especial, jamais encontrei o divino no pouso do meu olhar, nem mesmo quando - demoradamente - o pousei nas profundezas do meu coração. 


Seja como for, nessas coisa, eu sou igual a todo mundo. Também sou um eterno curioso dessas coisas e caminhos. Mesmo sem encontrar o Divino no lugar do pouso dos meus olhos, como um animal movido pela sede e pela fome, nunca deixei de buscá-lo nos meus caminhos, que foram muitos. 


Na minha busca pelo Divino, mesmo sem ser poeta, também olhei e examinei muitas coisas... Sem pressa, olhei em templos, igrejas e mesquitas... Escutei sermões e ouvi orações... Fiz promessas e cumpri votos... Longe de casa, sem vontade de voltar, renegado por meu pai e tratado com indiferença pelos meus parentes, solto no mundo, sem freio que pudesse me conter, fui o mais longe que pude. Naveguei o mar, e me perdi nos caminhos do mundo. Fiz amigos e fiz inimigos. Fui amaldiçoado e amaldiçoei. Fui renegado e reneguei. Bati e apanhei. De dores e prazeres, não me poupei. Diante da boca aberta do abismo, pulei. Diante da escuridão, me atrevi. Não descansei. Olhei o mundo e o submundo... Olhei os filósofos, os psicólogos e os poetas... Olhei as religiões e as seitas... Olhei tudo que estava ao alcance dos meus olhos famintos, e toquei em todas as coisas sagradas que estavam diante das minhas mãos ansiosas. Mas a fome dos meus olhos, nunca cessou... O meu coração, pobre coração, nunca encontrou ninho e os meus pés, nunca encontraram descanso. Mais de uma vez, eu cruzei a linha além da qual, eu pensava ser impossível voltar. Na verdade, eu não queria voltar...


Mais de uma vez, muitas vezes, por longo tempo, olhei no fundo do meu coração. Meditei, sondei os meus pensamentos e descansei em mim mesmo. Não encontrei nada de divino dentro do meu coração. Encontrei a face escura da humanidade. A semente das suas guerras, dos seus pecados, egoísmos, medos, devassidão e solidão, pois eu sou humano e nada do que é humano me é completamente desconhecido. 


Também olhei as pessoas ao meu redor, parentes e estranhos. Ouvi as suas dores, compartilhei os seus medos e vi a sua imensa vaidade, ansiedade e superficialidade. Comunguei com elas, as doenças do corpo e as loucuras da alma, e vi que todas elas, sem exceção, andavam sem rumo certo na vida. 


Noites sem fim, debrucei-me sobre as páginas de livros antigos. Mais do que sabedoria, era paz que eu buscava... Sondei a história, as ciências, a sabedoria, a magia e a feitiçaria dos homens. Bebi na taça das suas superstições, tremi diante das suas maldições e comi na mesa farta das suas contradições. Nada encontrei de divino. Encontrei alguma beleza e alegria, é verdade, mas tudo muito impermanente. Assim que o vento da esperança soprava e o fogo da vida acendia, logo vinha a solidão, e a escuridão tudo ofuscava... E a eterna busca recomeçava. 


Até que um dia, deparei-me com uma cruz no meio do meu caminho, e na cruz, um homem, que, fiquei sabendo depois, agonizava e morria em meu lugar. Do alto do seu injusto suplício, com olhar sereno e manso, ele me olhou. Uma luz sem igual no mundo, me atravessou... Um fogo permanente, que ilumina sem queimar, acendeu nas profundezas da minha alma. o meu coração encontrou ninho para si. E nunca mais, jamais, eu ousei desviar o meu olhar da luz daquele olhar. 


E foi assim que Divindade, Divindade mesmo, verdadeira, amável, perdoadora e redentora, nas minhas idas e vindas pelo mundo, eu só achei em Cristo Jesus, Filho de Deus e Salvador do mundo, em quem temos descanso e redenção do pecado. 


Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz. [Colossenses 1:15-20]

Ora, vem, Senhor Jesus! Vem! 
_VBMello


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