O mundo jaz no Maligno
Poder econômico, poder político
Poder do conhecimento, poder
militar
Poder religioso, poder
espiritual...
Através da corrupção desenfreada
De todos os poderes do mundo
O Maligno seduz e corrompe
Almas, corações e mentes
E transforma homens e mulheres
Em abutres, vermes e serpentes
Predadores frios e insaciáveis
Que espreitam, roubam
Humilham, destroem e matam
O coração, os sonhos e a esperança
Dos mais pobres, fracos e
desamparados
Família, Estado ou Igreja, não
importa
No pai que mata o filho, no filho
que mata o pai
Na mãe que provoca a ira dos
filhos
Nos filhos que provocam a vergonha
dos pais
No político que rouba o Estado
No policial que abusa da força
No marido que violenta a esposa
No homem que bate em mulher
No adulto que espanca crianças
No pastor que manipula as ovelhas
Nas ovelhas que viram bodes
Nas guerras e nos rumores de
guerra
Não importa, onde existe corrupção
de poder
E manipulação de uma pessoa ou das
massas
Pela propaganda ou pelo abuso de
poder
O diabo está sempre por perto,
rindo
Roubando, matando e destruindo...
No amor ao dinheiro e na paixão
pelo poder
Maldade de maldades, tudo é maldade
Com efeito, a sedução e a busca de
poder
Cega os olhos, ensoberbece a alma
Corrompe o coração dos homens
Apodrece o coração dos filhos
E destrói a alma dos pais
E faz do mundo todo
Um lugar perigoso e desagradável
Para sonhar, realizar e viver
Todo mundo já viu esse filme
Dentro e fora de nossa alma
Ele se repete desde o começo do
mundo
Onde existe poder, existe abuso de
poder
E onde existe abuso de poder
Como um incêndio incontrolável
Que tudo mata, destrói e arrasa
O diabo avança, vence e conquista
Olhe ao redor e veja
Escute os gemidos
E os lamentos
Dos oprimidos
Até as maiores distâncias
Que os olhos conseguem ver
Os ricos seguem cada vez mais
ricos
E os pobres seguem cada vez mais
pobres
Nas ruas e nos becos das nossas
cidades
Uma guerra está em andamento
E ela não é lutada com armas
espirituais
Mas com armas que matam a carne e
derramam sangue
Dentro e fora de nossas casas,
dentro e fora de nossa alma
Como denunciou o profeta Oséias:
Só se veem maldição, mentira e
assassinatos, roubo e mais roubo, adultério mais adultério; ultrapassam todos
os limites! E o derramamento de sangue é constante. Por causa disso a terra pranteia, e todos os
seus habitantes desfalecem; os animais do campo, as aves do céu e os peixes do
mar estão morrendo.
Roubo, fome, dor
Destruição e morte
O mundo dos homens
É um lugar cheio
De abuso de poder
Entre os ricos e poderosos
Não existe quem se condoa
Da sina amarga dos oprimidos
Não há quem estenda a mão
Todos têm fome de poder
Mas ninguém tem fome de justiça
Os ricos nos seus palácios
Exploram e desprezam os pobres
E os pobres nos seus casebres
Amaldiçoam a vida dos ricos
E assim, sem cessar
Sem parar para descansar
Caminha a humanidade
Juntos, ricos e pobres, se
arrastam
Na direção do mesmo abismo
De separação, ódio e desigualdade
Nos cumes do poder
Onde o diabo reina
Morre a fé, esfria o amor
E adoece a esperança
Nos cumes do poder, entre os donos
do poder
Não há amizades nem fidelidade
entre os homens
Todos são lobos e cobras devorando
cobras
Os donos do poder não negam
Coisa alguma a si mesmos
Tudo que os seus olhos desejam
Eles tomam, pegam e dizem: É meu.
Sim, o mundo jaz no Maligno
E o Maligno manipula o poder
E usa os poderosos do mundo
Em si mesmo - dizem
O poder não é uma coisa má
Todavia, a regra que permanece
E vigora desde o começo dos tempos
Aponta e avisa: Onde existe poder
O Maligno inspira abuso de poder
O Maligno inspira, motiva
E usa os poderes do mundo
Usa a política e usa as religiões
Usa o púlpito e usa os palanques
Sim, o mundo dos homens se funda
Em palanques e púlpitos
E funciona e se mantem de pé
A partir de mentiras ditas e
cristalizadas
No seio de hierarquias de poderes
perversos
Onde a mentira é anunciada como se
fosse verdade
E a exploração se cristaliza como
se fosse bondade
E toda corrupção, mentira, abuso e
injustiça
Que vem desses poderes e instituições
Vem de inspirações do Maligno
Sim, os donos do poder existem
Em sociedade com o Maligno
São irmão de corrupção
E parceiros da mentira
E sócios na maldade
Todas as coisas e instituições
humanas
Estão sujeitas à ação do demônio
Não existe coisa ou poder humano
Que não desperte o interesse do
diabo
Onde existe possibilidade de
corrupção
Roubo, mentira, exploração e morte
O diabo tem interesse em ser sócio
majoritário
Quem tem o poder, tem o controle
E o diabo é obcecado pela ideia
De controlar todas as coisas e
almas
O Estado é uma forma de poder
A igreja é também um tipo de poder
O diabo tem grande interesse
Nesses dois tipos de poder
O seu desejo permanente é se
sentar
Para sempre no coração desses
poderes
E não é sem motivo, ou por acaso
Que desde o começo do mundo
Poder político e poder espiritual
Andam enamorados um pelo outro
Os antigos profetas só faziam
Denunciar a união maligna
Entre sacerdotes e reis
Por isso, foram banidos
Presos, torturados, mortos
Serrado ao meio e desprezados
Sim, é verdade, tanto no mundo
antigo
Quando nos labirintos sombrios
Do nosso mundo atual
É mais muito fácil
E muito mais lucrativo
Ser um falso profeta
Ou um falso pastor
A verdade nua e crua
É que quanto mais
Nos aproximamos
Do fim de todas as coisas
Mais surge diante de nós
A cara desses falsos profetas
Que fazem de tudo
Por dinheiro e um pedacinho de
poder?
Para justificar esse hediondo
casamento
Entre o santo e o profano, entre a
luz e as trevas
Em nossos dias, diante dos nossos
olhos
Na TV, todo dia, dia e noite
Entre a igreja e o Estado
Desnecessário dizer
Que existem exceções
Entre as trevas e a luz
Há muito mais do que
Cinquenta tons de cinza
O tempo todo, pactos e casamentos
impuros
Sob o olhar de mil legiões de demônios
São realizados na escuridão da
noite
E a festa é por conta de Satanás
Sim, o mundo jaz no Maligno
Com efeito, entre os donos do poder, é como
diz o antigo salmo 53: - Desviaram-se todos, e juntamente se
fizeram imundos; não há quem faça o bem, não, nem sequer um.
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